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Publicações - Quatro Rodas nº 329 de dezembro de 1987 GURGEL ATACA NOVAMENTENa pequena guerra entre os que são a favor ou contra o proálcool, João Augusto Conrado do Amaral Gurgel acaba de marcar mais um ponto, até agora sem contestação. Ele demonstra, por a mais b, que o Brasil seria muito melhor se os postos vendessem só gasolina. E, principalmente, sugere como fazer as reversões - na macro e na microeconomia - sem que ninguém saia machucado. Foi além: colocou tudo num relatório e mandou para o presidente Sarney. Para os que gostam de acompanhar essa boa disputa, aqui está o teor do relatório de Gurgel para Sarney: "Em março de 1984 publicamos um alerta comparando o álcool hidratado a uma bomba de fantástico poder destrutivo. Passados apenas três anos e meio, já vemos grandes empresas brasileiras, como a Petrobrás, em situação de extrema dificuldade. Para não chegarmos, a curto prazo, a uma situação catastrófica e quase irreversível, a única solução para salvarmos o país em tempo hábil é a seguinte: 1 Reduzir os preços dos combustíveis derivados do petróleo aos mesmos níveis dos preços americanos, pois, com igual área territorial, produzimos mais petróleo em relação ao nosso consumo do que os EUA. Se o povo norte-americano consegue pagar cerca de US$ 1,00 por galão de gasolina sem nenhum subsídio, o povo brasileiro deveria pagar Cz$ 14,00 o litro. Devemos lembrar que a Petrobrás está exportando gasolina azul ao equivalente a Cz$ 7,00 pôr litro. 2 A redução dos preços da gasolina fará com que seu preço se aproxime do óleo diesel, diminuindo como conseqüência a forte pressão de dieselização da nossa frota. A economia do veículo diesel deve basear-se na eficiência termodinâmica de seu motor, e não na grande disparidade de preços dos combustíveis. 3 A redução dos preços dos combustíveis terá como conseqüência imediata o menor custo de transporte, alimentação e habitação, reduzindo drasticamente a inflação. 4 A redução dos preços dos combustíveis contribuirá para o aumento da nossa produção industrial, reduzindo os custos de produção, e fornecerá ainda ao governo um grande incremento na arrecadação de impostos. Haverá também incremento das exportações, sem a necessidade dos subsídios que drenam os cofres do governo. 5 A indústria automobilística poderá atingir, a curto prazo, a produção de 1,5 milhão de veículos por ano, proporcionando ao governo cerca de US$ 4 bilhões em impostos, mesmo que reduzidas as alíquotas aos níveis de 1985. 6 A redução nos custos de transporte, alimentação e habitação proporcionará substancial aumento do poder aquisitivo do povo brasileiro, reativando todos os setores da economia. 7 O aumento do nível de emprego eliminará de imediato a grave tensão social e reduzirá drasticamente a violência urbana. 8 A produção do álcool hidratado deverá ser imediatamente interrompida, passando-se a fabricar somente o álcool anidro, num volume de 3 bilhões de litros por ano, que será utilizado como aditivo antidetonante. 9 A Petrobrás voltará a produzir dois tipos de gasolina: a normal, amarela, com 85 octanas, e a super, azul, com 98 octanas, aditivadas com álcool anidro. 10 A margem do usineiro por litro de álcool anidro será aumentada em quatro vezes, compensando-se assim a redução da produção de sua usina. 11 O álcool será produzido em apenas 25% da área atual, ao lado das usinas, o que reduzirá seu preço, pela redução do custo dos transportes. 12 Essa modificação fará do álcool anidro um aditivo altamente competitivo com o chumbo tetraetila e isento de subsídios. 13 Cinco milhões de hectares das melhores terras do país, próximas aos grandes centros de consumo, serão gradativamente destinados à produção de alimentos, com reflexo imediato na redução de seus custos, colaborando de maneira decisiva para a queda da inflação. 14 Deverá ser interrompida, no menor prazo possível, a fabricação de veículos a álcool, o que permitirá à indústria automobilística produzir os movidos a gasolina tanto para o mercado interno como para exportação, com redução substancial nos custos. 15 Os 3,5 milhões de carros a álcool serão gradativamente transformados para uso da gasolina azul (conversão extremamente fácil e de custo reduzido). 16 A gasolina azul será distribuída pelas mesmas bombas hoje utilizadas para a distribuição do álcool hidratado, não acarretando nenhum investimento adicional da rede de distribuição. 17 Pagando ao usineiro, a preços de hoje, Cz$ 19,50 o litro de álcool anidro (já embutido nesse preço 4 vezes a margem atual de contribuição) e adicionando-o à gasolina na proporção de 15% para 85% de gasolina (esse é o limite técnico permitido de adição, de forma a não reduzir em excesso o poder calorífico da mistura), a Petrobrás poderá vender a gasolina amarela, com razoável margem de lucro, a Cz$ 14,00 e a azul a Cz$ 18,00 o litro. 18 Além de todas as vantagens que esta proposta trará para nossa economia, há a se considerar que os proprietários de veículos economizarão em torno de 468 bilhões de cruzados por ano, proporcionados pelo maior rendimento de seus carros e pela redução do preço dos combustíveis. A esta economia deve-se acrescentar a redução dos custos de manutenção dos carros, em conseqüência da melhoria do combustível utilizado. O pais deverá economizar mais de 6 bilhões de litros de combustível por ano. 19 Através deste plano deverá ser conseguida a necessária desindexação dos preços dos derivados de petróleo ao álcool hidratado, pois, pela indexação atual, geramos fabulosa inflação auto-alimentada que não pode ser contida pelos ministros da área econômica. 20 A adoção deste plano devolverá à Petrobrás o monopólio da produção de combustíveis e proporcionará a ela lucros suficientes para investir na prospecção de petróleo, tomando o Brasil, a curto prazo, auto-suficiente nessa importante área de nossa economia.
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