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https://gurgel800.com.br/adaptacoes/ae1600/ |
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Adaptação do motor AE-1600 no BR-800O início de tudoAssim que comprei meu BR-800 (1990) em maio/2002, tive que fazer o motor dele uma "especializada Gurgel" da minha cidade. Um ano depois (junho/2003), fiquei no meio da estrada. O virabrequim havia partido-se ao meio.
Consegui encontrar um virabrequim usado aqui mesmo em minha cidade e refiz o motor do meu BR-800 em outra oficina (também "especializada Gurgel"). Uma semana depois, o filtro de ar estava cheio de óleo. Voltei na oficina e o mecânico disse que isso era comum no período de amaciamento. Passou mais uma semana e o problema continuou. Voltei lá e exigi uma solução. O mecânico abriu novamente o motor e constatou que o pino da trava do pistão saiu do lugar, fazendo com que o pino abrisse uma enorme "vala" na camisa. Até hoje fico na dúvida se realmente havia uma trava no pistão...
Coloquei um conjunto novo de camisas e andei com o BR-800 sem problemas até setembro de 2004. Nesse meio tempo, encontrei no site "Alô negócios" (da folha on-line) um Supermini 1992 que estava equipado com o motor CHT 1.0, o mesmo do Escort Hobby. Contactei o proprietário, que morava em Curitiba/PR e ele me passou algumas informações por telefone. Assim que pude, fui até Curitiba/PR (que fica a 300Km de Florianópolis) ver pessoalmente esta adaptação. Já tinha "ouvido falar" em adaptações com motor VW a ar, mas com o motor CHT era a primeira vez. Bati algumas fotos do carro e publiquei as mesmas aqui na página Gurgel 800 (ver fotos).
Decidi que, se meu BR-800 voltasse a ter problemas com o motor outra vez, iria substituir o motor original pelo VW AE. Pesquisas e cálculosEm setembro de 2004, o motor além de ficar um pouco fraco nas subidas começou a "fumar". Foi a "gota-dágua". Comecei a procurar por um profissional "habilitado" e "disposto" a fazer tal adaptação. Felizmente encontrei um mecânico bastante experiente em adaptações em jipes, tais como troca de motor, instalação de freio a disco nas 4 rodas e direção hidráulica, entre outras. Ele, a princípio, nunca mexera num Gurgel, mas disse que era possivel adaptar o motor AE (as fotos do Supermini de Curitiba/PR também comprovavam isso). Como pretendia (e ainda pretendo) ficar com o carro por muitos e muitos anos, optei por instalar o motor VW AE (Ford CHT). Me informei no Detran sobre a troca de motor. Para fazer qualquer alteração desta natureza, deveria solicitar antes uma autorização da autoridade de trânsito e ter no momento da vistoria (após a adaptação) as notas fiscais de compra do motor e de mão de obra. Aqui na região encontrei apenas uma auto-peças vendendo um motor AE-1600. Inicialmente procurava por um motor 1000, mas como não encontrei, comprei o 1600 mesmo.
Após a compra do motor, comecei a pesquisar sobre o VW Gol AE-1600. Principalmente a parte relacionada ao câmbio. Mantendo a mesma caixa de marchas teria um câmbio muito curto. Surgiu então a idéia de substituir a caixa de marchas original pela caixa de marchas do Chevette 1.6 (5 marchas). Mas, consultando a tabela de relações de marchas vi que não resolveria muito o problema, afinal 1ª, 2ª, 3ª e 4ª do BR-800 (original) e Chevette 1.6 são iguais. Isso significa dizer que continuaria com um câmbio muito curto nas 4 primeiras marchas.
Também poderia trocar o diferencial original do BR-800/Supermini (que é o mesmo da Chevy 1.6) por outro mais "longo". O mais diferencial mais longo da linha "Chevette" é utilizado no "raro" modelo automático.
Com essas informações tentei associar as diferentes possibilidades de câmbio x diferencial (BR-800/Supermini x linha Chevette) com a relação original do Gol AE-1600. Para encontrar as relações câmbio x diferencial inicialmente utilizei a fórmula para calcular a velocidade (dada em Km/h): onde: A medida do pneu (em metros) é dada pela seguinte fórmula: onde: Considerando que o pneu utilizado no BR-800 e no Gol AE-1600 tem o mesmo comprimento e que a rotação do motor é constante, cheguei a seguinte a fórmula de relação final de marcha: Relação final da marcha = relação marcha x relação diferencial A partir disto, simulei as diversas combinações de câmbio e diferencial.
Na tabela acima, quanto maior o número, mais força tem a marcha. Consequentemente, menor será a velocidade final Optei, portanto, em manter o câmbio original e trocar somente o conjunto coroa/pinhão (diferencial) pelo utilizado no Chevette Automatic. Esta combinação fica com as relações um pouco mais longas que as utilizadas pelo Gol AE 1.6. Mas, levando-se em conta do peso do BR-800, que é bem mais leve que um Gol AE 1.6, a princípio não teria problemas. Nota: Embora o carro desenvolva muito bem com esta configuração, já estou pensando em substituir a caixa por uma de Chevette 5 marchas 1.6 e me aproximar da 5ª do Gol AE. O carro anda muito bem em 4ª marcha, mas poderia trabalhar mais solto. A plaqueta de identificação do BR-800, indica que o veículo pesa 648 kg. Segundo a Revista Quatro Rodas, edição número 352, o Gol AE 1.6 pesa 905 Kg. Considerando que o motor AE pesa mais que um Enertron, teriamos, no mínimo, uns 200kg de diferença entre o Gol AE e o BR-800. Isso significa dizer que o BR-800 com um motor AE é 22% mais leve que um Gol AE 1.6. Encontrar um conjunto coroa/pinhão do Chevette Automatic não é fácil. Eu particularmente, nunca vi um Chevette com câmbio automático. Antes de procurar informações sobre os diferenciais de Chevette, nem sabia que essa versão existia. Depois de muitas pesquisas na internet e muitos interurbanos, consegui um conjunto coroa/pinhão do Chevette Automatic. Já estava até andando com o carro com o motor AE-1600 instalado, mas câmbio e diferencial eram os originais. Com câmbio e diferencial originais, era difícil encontrar uma ladeira na qual o BR-800 não subisse em 4ª marcha. O maior inconveniente é que disperdiçava-se muito o torque do motor, pois o câmbio estava curto demais. Assim que encontrei o conjunto coroa/pinhão do Chevette Automatic, levei o BR-800 para a oficina. Para minha surpresa, não foi possível realizar a troca, pois o conjunto original do BR-800 é da marca Dana (Spicer) e a que comprei era da marca Braseixos. O problema estava no número de furos de fixação da coroa. A Braseixos tinha 9 furos e a Dana 8 furos.
Felizmente, depois de algumas semanas, encontrei um conjunto coroa/pinhão da marca Dana. Ao substituir o conjunto original, o carro passou a trabalhar em rotações menores.
A adaptação do motor AE-1600 no BR-800O motorO motor escolhido foi o AE-1600, utilizado no VW Gol, Parati e Saveiro. Da linha Ford, o CHT do Escort, por ser originalmente instalado na transversal, fica mais difícil de montar os suportes. O CHT do Corcel II seria a segunda opção depois do AE (linha Gol). Mas, nesse caso, é necessário remover o eixo da hélice do ventilador do radiador (que é acionado pelo motor) e substituir a bomba dágua, que ocupa muito espaço. Adaptação do motor a caixaDepois de todos os cálculos, como já disse anteriormente, decidi manter o câmbio original e trocar o conjunto coroa/pinhão. A figura abaixo ilustra, de forma bem simplificada, o conjunto motriz de um carro com motor dianteiro e tração traseira. No interior da capa-seca localiza-se o sistema de embreagem, responsável pelo acoplamento/desacoplamento da caixa de marchas ao motor. Como a caixa de marchas original do BR-800 não pode ser acoplada ao motor AE através da sua capa-seca original, foi necessário confeccionar um "flange". O flange foi montado a partir da capa-seca original do BR-800 recortada verticalmente. Em seu interior foram soldados bases para os parafusos de fixação da mesma na capa-seca do Corcel II CHT. A capa-seca do Corcel II CHT foi escolhida por ocupar menos espaço que a capa-seca do Gol AE.
Somente a parte traseira da capa-seca é utilizada. O comprimento final da capa-seca, após recortada, ficou em torno de 30 mm. Sistema de arrefecimentoSegundo o manual do Gurgel Supermini, página 45, no item Quantidades de abastecimento indica 3,4 litros para o Radiador (sistema de arrefecimento). No manual do motor Ford CHT (do Escort), a capacidade de abastecimento do sistema de arrefecimento para o motor a gasolina é de 5,5 litros (sem aquecedor). No site Radiadores Visconde encontrei o desenho do radiador do Gol AE. Achei que este radiador fosse alto demais. Por isso, fui a procura de um radiador mais baixo, com a mesma capacidade de água. Encontrei, no mesmo site, o radiador do Corsa (1.0, 1.4 e 1.6). Como não é especificado a capacidade de água de cada radiador, fiz um cálculo bem simples: multiplicar altura, largura e comprimento dos dois radiadores.
Dessa forma, pude concluir que o radiador do Corsa cabe até um pouco mais de água que o radiador do Gol.
A idéia inicial era utilizar o radiador do Fiat Uno. Ele possui o reservatório de expansão embutido. Mas como o reservatório estaria abaixo do motor, não pode ser utilizado. O meu BR-800 não utilizava o sistema "selado". Portanto, não pude utilizar o reservatório de expansão original. Comprei o reservatório, que se não me engano, é usado no Ford Fiesta.
Este reservatório não se encaixa no local original. Inicialmente foi utilizada uma cinta - na horizontal - para segurar o novo reservatório. Tempos depois, a fibra foi alterada, de modo a aumentar a base de apoio.
A saída de água do motor, junto a válvula termostática, era direcionada para a direita e a entrada do radiador utilizado, fica na esquerda. Portanto, era necessário fazer a mangueira fazer uma curva em 180 graus para então ir em direção da entrada do radiador. Então, foi confeccionado um "flange", de forma a direcionar a saída de água para a direita.
... Embora não tenha terminado esse texto, você já pode visualizar algumas fotos da adaptação (assim que retirei o carro da oficina), clicando aqui... ... |